Lugar nenhum.
Está é a resposta mais direta a pergunta feita no título do post. Existem cenários ideais, existem cenários possíveis e existem cenários absurdos. Um clube pequeno, como o CRB terá imensas dificuldades para lhe dar com a ausência do seu torcedor. É preciso deixar claro que o fato do torcedor estar associado ao clube não lhe garante sucesso absoluto esportivamente, mas na característica do CRB e levando em consideração os concorrentes, o fato da torcida abraçar minimiza uma diferença que é brutal.
Não lido com paixões, paixão é coisa de torcedor. Sou jornalista, cronista, analiso cenários e em cima disto, apresento números, fatos. Você pode ou não gostar da ideia, mas você não pode fugir do fato. Ele, o fato, é incontestável.
Pegando um exemplo de um adversário direto, como comparativo, percebe-se o quanto o CRB tem dificuldades de competir. O Ceará, adversário na Copa do Brasil para uma inédita classificação as oitavas de final, tem um orçamento de 150 milhões para a temporada. O CRB tem um orçamento cinco vezes menor. Está na casa de 30 milhões para a temporada. No último levantamento de sócios torcedores do Vozão os números estavam próximos de 30 mil sócios. O CRB tem algo em torno de 3 mil.
No último jogo em casa, contra a Chapecoense apenas 1.355 pessoas pagaram ingresso em um jogo com 3.671 pessoas no Rei Pelé. Além disto, a cada partida em casa, o CRB tem girado na faixa de 20 a 40 mil por jogo. Se o time disputar três jogos no mês chega fácil a 100 mil mês e este valor é um salário de um extremo que possa trazer uma diferença.
É inevitável afirmar que com estes números e com a comparação com o Ceará, o CRB sequer passa perto de competir. No entanto, o futebol é mágico e dentro de campo, o time consegue competir e até poderá eliminar o time cearense da disputa. Mas para o sucesso, o CRB precisa que absolutamente tudo funcione direitinho, um detalhe que fuja do controle e o Galo de Campina já apresentará dificuldades.
A intenção não é demonizar o torcedor, não é colocar o torcedor como o grande culpado de um processo de insucessos ou frustrações em relação a objetivos e resultados. A ideia é apresentar dados e perguntar, o que o torcedor pode fazer para minimizar estes números.
A quebra de braço com a direção, a insatisfação sem um título além fronteira do Estado de Alagoas, a ausência de um acesso a Série B são fatores que o torcedor precisa entender que a rejeição a fortalecer o clube traz um looping eterno que não levará o clube a lugar nenhum e este movimento será realimentado sempre, sem que nenhum dos envolvidos, clube, direção e torcedores atinjam seus objetivos.
Tentar mudar, fazer diferente é uma prova de inteligência e no caso do futebol, também um gesto de amor ao clube, que verdadeiramente é a razão da paixão do torcedor. Negar qualquer perspectiva de discutir o assunto só reforçará a estagnação deixando claro que clube , direção e torcedores não irão a lugar nenhum.