Demorei a resolver escrever. Mas a noite de sábado foi um momento tenso. Ver Henrique Pereira na final do Craque da Voz parecia ser uma pessoa da família. Cá com meus botões é possível que seja.
A mão suada, o coração batendo mais forte, os olhos marejados acompanhando a narração dos pênaltis e a tarefa final, tudo compunha uma dose extra de adrenalina, era uma final.
Já sofri em derrotas e comemorei vitórias, mas não tinha comemorado derrotas. E por que isso ? Por que Henrique Pereira não foi derrotado, Henrique teve uma grande vitória. Pode não ter saído com o contrato, com a camisa, mas saiu gigante, como talvez não seja sequer reconhecido no Estado como ele merece.
Dividi inúmeras transmissões com Henrique Pereira, seja pela CBN, na DAZN, na FAF TV e sempre meu parceiro de bancada tem uma sacada excepcional. Usa seu estilo mais despojado em tons diferentes e em veículos diferentes. Em transmissão para o Tik Tok, para o Youtube, pata TV ou para o rádio, onde ao meu ver a paixão é ainda maior pelo que faz.
O momento mais especial de sua trajetória na comunicação é também um desafio pessoal de estar vivendo o momento de ser pai pela primeira vez e deixar esposa e o filho ainda na barriga da mãe, sozinhos, pelo menos nos dias em que precisou estar gravando o programa.
Mas eu falava de uma vitória em uma derrota ou vice-versa, ‘Puska que pariu’, é ele mandou essa em um golaço de Anselmo Ramon, mas a vitória de Henrique está estabelecida em outros patamares.
Estamos e fazemos parte de um Estado pequeno e de poucas coisas para repercutir ou viralizar no país. No entanto entre tantos Estados, ter um alagoano e este alagoano ser Henrique é uma vitória. Bruno Protásio, Gabriel Teixeira, Luis Tanaka, Willams Martins são nomes de talento e de capacidade no cenário alagoano. Mas coube ao Henrique representar Alagoas e o Nordeste.
Henrique foi avaliado por grandes nomes da comunicação nacional e foi aprovado, foi elogiado e abriu mercado , tenho certeza em tantos outros locais. Foi autêntico, demonstrou apoio a concorrentes, sofreu com eliminações, mostrou ter coração forte como na prova de gritar gol e achou de meter ao final do grito de gol uma extensão de dizer ..do ASA...e ouviu Galvão dizer que aquilo não poderia ser dito na prova (nem wifi passou naquele momento, né?).
Se nada acontecer depois de uma vitória dessa pelo menos Henrique precisa voltar a narrar na sua terra, fato que por conta do mercado, não está fazendo no momento.
O meu desejo é dividir novamente bancada com ele e poder criar momentos, trazer leveza, construir momentos de emoção para que ouve, assisti, acompanha.
Seu retorno para aqueles que estão perto de você é uma vitória, falta comemorar sua vitória com um abraço, um abraço forte, caloroso e dizer o quanto você foi gigante e tanto nos orgulhou.